Kuka

O blog ficou parado porque semana passada foi uma semana de grandes emoções (estou com o coração apertado só de escrever).

Os avós do Marcelo finalmente concordaram em nos deixar ter um cãozinho aqui (o apartamento é deles)! Nós ficamos muito felizes com a notícia e começamos a planejar. Como o apartamento é pequeno, queremos um cachorro pequeno, para se adaptar ao espaço. Também queremos um filhote, para se acostumar desde cedo com o “aperto” e para ser bem educado, pois no futuro eu quero aproveitá-lo no trabalho com os meus clientes. Preciso de um cão que não tenha medo ou seja agressivo com outros cães, para ajudar na reabilitação de cachorros anti-sociais.

Começamos a procurar eventos de adoção. Encontramos algumas feiras na internet, e no sábado, dia 31 de março, fomos em algumas. Em uma delas tinha três filhotinhos lindos de três meses. Peguei uma fêmea pretinha, muito boazinha, que ficou bem quietinha no meu colo. Conversamos com o pessoal, uma mulher em específico, e ela disse que conhecia a mãe dos filhotes, que eles não ficariam muito grandes, mostrou um cão de porte médio e disse que a mãe era daquele tamanho. Também tinha um homem com dois filhos pequenos, eles queriam levar as duas fêmeas, e aí se instaurou um clima leve de pressão (nada pesado, mas aquela coisa “Se você não quiser eu levo!”). Nós ainda estávamos na dúvida, principalmente por causa do tamanho, mas a mulher “garantiu” que ela não ficaria grande, que se adaptaria ao espaço pequeno, etc. então decidimos por trazê-la.

Aí foi uma delícia! Demos o nome, compramos ração, alguns brinquedinhos, caminha, etc. Tirando os problemas normais de adaptação do filhote (chorar quando fica sozinho, xixi e cocô fora do lugar, morder coisas que não pode) estava indo tudo bem. Até que a protetora dela ligou na segunda, e as informações não foram muito boas. Ninguém conhecia os pais dos filhotes, pois os nove foram achados em uma caixa na rua. Além disso, a previsão era de que ela ficaria grande, com cerca de 20 kg. Nós ficamos muito chateados, pois nada do que a mulher falou no sábado era verdade, e nós tomamos uma decisão baseados nessas informações (erradas!).

Na quarta levei a Kukinha na veterinária e a previsão não foi melhor: a veterinária disse que ela ficaria um pouco menor que um Pastor Alemão e mais magrinha. Marcelo e eu conversamos muito, conversamos com outras pessoas, eu chorei bastante, mas chegamos à conclusão de que não daria para ficar com uma cachorra desse tamanho no apartamento. Além da questão do espaço tem a energia do cão: nós teríamos que andar duas vezes por dia, uma boa caminhada, para gastar toda a energia e ela não ficar estressada de passar o dia no apartamento.

No sábado passado (07 de abril) nós voltamos à feira (depois de ter conversado muito com a protetora e ter explicado a situação) para devolvê-la. Nossa, como foi difícil! Foi só uma semana, mas nós nos apegamos muito a ela… Ela é muito boazinha, não latia, já estava dormindo sozinha sem chorar, tinha aprendido a fazer xixi e cocô no lugar certo, já estava acostumada com a casa e nossa rotina. Nós ficamos muito mal!

Ainda sentimos falta dela, mas sabemos que foi a melhor decisão que poderíamos ter tomado, tanto para nós quanto para ela. Eu tiro algumas lições disso, para quem quiser adotar um cãozinho. É importante pensar com bastante calma e buscar o máximo de informações possíveis sobre o cachorro. Se a pessoa disser que conhece os pais, pergunte se tem fotos, que tamanho é, o temperamento, etc. Infelizmente, quando se trata de cães SRD fica muito difícil prever o tamanho que o filhote vai alcançar. É uma loteria! Para quem tem restrição de espaço como nós, a procura tem que ser mais criteriosa, pois o filhotinho fofinho vai crescer, e pode ficar de um tamanho que não vai ser legal nem para ele e nem para a família.
Outra dica é visitar o canil ou abrigo, ao invés de ir nas feiras. As feiras são mais práticas, porque são de final de semana, num lugar acessível. Mas sempre tem muita gente, e às vezes mais de uma pessoa querendo o mesmo cão (principalmente filhotes), o que pode levar a decisões não muito pensadas. No canil ou abrigo você tem mais tempo para ver o comportamento do cão, conversar com os protetores e cuidadores, perguntar mais, pensar com calma e decidir melhor.

Nós não desistimos da adoção. Estamos passando pelo “luto” e logo voltaremos a procurar. Também não desacreditamos de todas as pessoas que participam destes eventos. Infelizmente eles dependem de voluntários, e nem sempre os voluntários são o melhor que se pode achar. A protetora dela foi muito atenciosa e compreensiva comigo, e a outra protetora que recebeu a Kuka no sábado também. Como em todos os lugares, existem pessoas boas e outras nem tanto. Eu apoio a decisão de adotar, para quem não faz questão de um cão de raça e quer um companheiro, além de fazer uma boa ação, é a melhor opção!

Para fechar, uma foto da Kuka. A protetora disse que no sábado mesmo ela foi adotada (e quem não se apaixona por essa coisa linda?). A nós só resta torcer para que a nova família dela a ame muito, e cuide bem dela, como nós fizemos.

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